Ronco é o barulho proveniente da vibração dos tecidos moles da faringe. Ele acontece quando fazemos muito esforço para respirar e, por isso, o ar passa com maior resistência. Esse barulho, muitas vezes, atrapalha o sono do companheiro (a) e causa constrangimento para o próprio paciente.
Ao contrário do que muitas pessoas acham, não é normal acordar cansado, com dor de cabeça ou sentir muita sonolência durante o dia. Quando isso acontece o ronco pode estar acompanhado de doenças mais sérias, como a síndrome de resistência de vias aéreas superiores ou a apnéia do sono, que causam fragmentação do sono e/ou alteração na oxigenação do sangue.
A apnéia é a interrupção na passagem do ar pela via aérea. Durante a pernoite, ela é conhecida como apnéia do sono. É uma pausa na respiração enquanto dormimos. Essa pequena pausa na respiração leva a alteração na oxigenação no sangue e liberação de substâncias que aumentam os batimentos cardíacos, a pressão arterial e causam um breve despertar (que muitas vezes nem é percebido). Se esses eventos ocorrem muitas vezes durante o sono aumentam os riscos de doenças cardiovasculares e pioram a qualidade do sono podendo levar a sonolência diurna, queda no rendimento e até problemas de humor.
Em qualquer um dos casos, ronco ou apnéia, é importante ter uma avaliação médica. Existe um tratamento individualizado para cada paciente.
Sinais de que você pode ter apnéia do sono:
- Ronco
- Sonolência excessiva mesmo após uma noite de sono
- Acordar com dor de cabeça
- Acordar com o próprio ronco ou sensação de sufocamento
- Pausa na respiração durante o sono observada por acompanhante
- Sono fragmentado
Quem tem mais risco de desenvolver apnéia do sono?
- Homens acima dos 50 anos
- Mulheres após menopausa
- Obesos principalmente se tiver aumento da circunferência do pescoço (“papada”)
- Pessoas com alterações craniofaciais (alteração na proporção da maxila ou mandíbula)
- Condições associadas: tabagismo, uso de bebida alcoólica, refluxo, alterações hormonais
Consequências da apnéia do sono
- Associação com doenças cardiovasculares: hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, arritmias, doença coronariana,
- Aumento risco de mortalidade por doença cardiovascular
- Doenças metabólicas como resistência a insulina
- Diminuição de atenção, memória e funções executivas
- Aumento de risco para acidentes automobilísticos e de trabalho
- Sonolência excessiva diurna
- Diminuição do rendimento no trabalho
- Diminuição de qualidade de vida
Ronco em criança é normal?
O ronco é resultado da dificuldade do ar em passar pelas vias aéreas superiores, principalmente nas regiões de garganta e do nariz. Na criança, é provocado principalmente por aumento das amígdalas e/ou das adenóides. Outros fatores que pioram o quadro são rinite alérgica, asma, obesidade, alterações na formação do crânio ou da face, doenças sindrômicas e doenças neuromusculares. Se o ronco ocorre na maioria das noites pode prejudicar o sono e a qualidade de vida da criança.
Como a presença de ronco em crianças está muito associada a obstrução nasal e aumento das amigdalas e adenoides outros sintomas podem estar associados. As crianças também podem apresentar irritação nasal e coriza, respirar de boca aberta, dificuldade para mastigar ou engolir alimentos mais consistentes, baba no travesseiro, sono agitado e dor de cabeça pela manhã.
Principais sintomas associados
- Sono agitado
- Infecções de repetição (amigdalites, otites, sinusites)
- Respiração bucal
- Alteração no crescimento da face, na saúde bucal e na postura
- Alteração no crescimento/desenvolvimento
- Enurese (xixi na cama)
- Sonolência ou agitação excessiva durante o dia
- Alteração de memória ou aprendizado
Por ser muito frequente nas crianças com idade entre três e 10 anos, muitas vezes é visto como sendo normal. Mas o ronco, sono agitado ou qualquer alteração durante a noite merecem atenção dos pais e médicos. O ronco também pode estar associado a apnéia do sono em crianças e nesses casos as consequências podem ser mais sérias, levando até o risco de complicação cardíaca e pulmonar em casos graves.
Na dúvida, fale com o médico